13/11/10

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Não há vida nesta vida. Os dias sabem a pó. Pó misturado com água, como sopa de brincar, como chá para dar às bonecas.
Não há lágrimas neste choro. Não há som. Há um tremer lastimável, não mais que patético, à volta dos olhos, a tentar forçar-me a ver.
Não há sono nesta cama, só o sonambulismo das respirações, hora após hora a tentarem desencontrar-se.
Este silêncio não tem mais nada para ensinar. E as palavras chegam sempre tarde. O que me resta sem uma coisa nem outra?
Talvez desistir.

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