02/02/11

Velha

Sinto-me velha, velha, cinzenta de todas as batalhas que travei. De todos os lembretes que escrevi. De todos os corpos que enterrei. Velha, de todos os romances derrotados. De todos os livros deixados a amarelecer.
E sou tão velha, tão velha, tão velha, que quando chegarem as rugas ao meu olhar e os meus cabelos embranquecerem irei nascer novamente. No alto do grande círculo. Na ponta da roda gigante. Vou voltar a ser um bebé.
E hei-de morrer sem saber palavras, à deriva na inocência, com nenhuma mágoa no coração.

1 comentário:

  1. Nádia, cá está sempre a Nádia8 de fevereiro de 2011 às 16:18

    Olá meu rim,

    Venho desejar-te os parabéns sensivelmente atrasados pois não havia meio de os dar a tempo.
    Parabéns também a quem provocou a tua existência, provavelmente receando o que o mundo te poderia fazer e nunca prevendo o que tu poderias fazer a este mundo.
    Os responsáveis deverão ter o conhecimento de que não trarás mais um simples monumento para juntar às 7 maravilhas mas sim rastos de maravilha por cada um de nós que por ti se cruzou.
    Espero que o continues a fazer pois por esta altura já deves saber que é um dom.
    Não o dês por desperdiçado, não aceites crucificações de quem o pretender destruir (infeliz fim de uma figura religiosa que muito provavelmente seria apenas um jovem com uma dádiva insignificante nos dias de hoje).
    Sinto a tua falta obviamente, e estou cada vez mais desajeitada sem uma presença constante que me direccione e que saiba não melhor que tu palavrear o que se esconde no nosso interior por vezes tão fundo que nunca o sabemos até tu o pronunciares.
    Sinto-me com lata para te pedir favores, peço-te um único, não desapareças.

    Perdoa-me a sugestão deprimente:
    http://www.youtube.com/watch?v=DVeimdzvZuo



    Sempre te amei.

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