13-01-10
13/01/10
A Semelhança, a Representação e a Vertigem do Fim
Tive medo de encher a banheira, tenho sido vítima de desequilíbrios. Às vezes penso que talvez não seja digna de purificação. A mesa suga os líquidos de dentro de todos os meus copos, todas as noites morro de sede caída no chão. A única força em mim é a inércia dos baloiços abandonados, embalando-se a si mesmos na escuridão do parque. Mas quando expludo subindo pelas paredes acima, sou o piano de Beethoven, sou a caneta de Rilke, o pincel de Munch. Sou uma rapsódia, um templo, um passarinho. Sou as veias da terra, as barbas do mar. Ou um tsunami de proporções apenas megalómanas. Sonho, canto e dispo. E quando amanhece, calo o olhar, enrolada como um feto nos pântanos à espera da noite seguinte.
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