(Chovem beatas no meu telhado e há musgo a crescer em mim. As horas passam e fogem depois de me montarem como prostitutas bem ensinadas. Pequenas florzinhas brotam da humidade do meu corpo.)
Tenho a certeza de que não te lembras de quando adormecias ao meu lado e eu ficava a noite inteira a contar os teus cabelos, fios brilhantes de certeza. Brilhantes de promessas.
Às vezes gritavas comigo e eu apaixonava-me ainda com mais força pelos teus olhos. Doente.
Agora as noites são límpidas de sonhos e ninguém chora. Sinto falta das tuas lágrimas na minha cara, porque estavas perto. Tão perto.
(Queria alguém a chorar contra mim.
Alguém que arrancasse este musgo.)
Sem comentários:
Enviar um comentário