
Fico na cama, despida. Oiço os gatos vadios delirando na rua, a procurar esfomeados onde depositar a sua fúria sexual. Murmuro-lhes que às vezes mais vale esperar pela chuva gelada. Não vai chegar o nosso casulo. Não surgirão os olhos perfeitos que nos farão florescer. Não podemos continuar à espera.
Tapo-me com os lençóis até não ver um ponto de luz.
Até ao pôr-do-sol gememos, eternamente vadios, eu e todos os gatos.
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